A especialista em Direito Penal e Digital, Thaís Molina Pinheiro, destaca que grandes empresas, como o Google, possuem sistemas de identificação de pornografia infantil. Segundo ela:
Esse monitoramento é feito tanto por meio de hashes, códigos únicos que identificam imagens previamente conhecidas, quanto por meio de inteligência artificial capaz de encontrar novas imagens que até então eram desconhecidas.
No Brasil, a Associação Safernet, primeira ONG a adotar uma abordagem multissetorial no ambiente digital, identificou um aumento de 70% nas denúncias de abuso e exploração sexual infantil nos quatro primeiros meses deste ano em comparação ao ano anterior. A Dra. Thaís enfatiza a necessidade de investimentos em novas tecnologias para garantir que o trabalho de identificação das vítimas seja realizado de maneira eficaz, destacando que:
Não é possível identificar, de imediato, se a criança retratada na imagem existe e se está sofrendo extrema violência.
Leonardo Pantaleão, especialista em Direito e Processo Penal, ressalta que a geração de conteúdo pornográfico infantil é resultado da conduta humana. Ele destaca a importância de punições rigorosas e afirma que:
Essa é mais uma tentativa, assim como ocorreu quando a internet surgiu, do criminoso se esconder atrás de um escudo, de uma camuflagem, para dificultar sua identificação.
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Da mesma forma, Thaís Molina Pinheiro lembra que, mesmo que as imagens geradas por IA não representem crianças reais, ainda há uma clara violação dos direitos de proteção de crianças e adolescentes no âmbito virtual. Segundo ela:
A inteligência artificial só é capaz de criar com base em dados e imagens que lhe são fornecidos, o que significa que essas imagens são criadas a partir de fotos reais de crianças que foram vítimas de abuso.
A principal forma de descobrir se uma criança está sendo vítima de criminosos na internet é por meio da observação de seu comportamento. Mudanças significativas no comportamento podem ser um sinal de que algo está errado. Thaís Molina Pinheiro destaca a importância do diálogo aberto entre pais e filhos, afirmando que:
Os pais devem estar atentos e compreender os motivos por trás de eventuais mudanças de comportamento.
Para prevenir o abuso infantil online, os pais devem conversar com seus filhos sobre os perigos da internet, explicando o que pode ser compartilhado e com quem. É fundamental alertar as crianças para que não façam amizade com desconhecidos online. Além disso, é recomendado monitorar o uso das redes sociais, tanto o conteúdo acessado e produzido, quanto as conversas privadas.
Os pais devem orientar seus filhos a manterem suas informações de perfil privadas nas redes sociais. Além disso, é recomendado realizar pesquisas periódicas na internet utilizando o nome, endereço e número de telefone das crianças, a fim de identificar quais informações estão expostas. Quanto menos informações estiverem disponíveis, mais difícil será para os criminosos localizarem a criança.
Caso haja suspeita de que uma criança esteja sofrendo algum tipo de abuso, seja online ou em qualquer outro ambiente, a família deve buscar imediatamente a ajuda de um profissional especializado. É importante evitar fazer muitas perguntas sobre a violência, a fim de evitar a revitimização e dificultar a compreensão do ocorrido. Além disso, os pais podem contar com a atuação de um advogado, que poderá auxiliar a Polícia nas investigações, coletando provas virtuais pertinentes.
Por fim, é essencial destacar que os pais não devem confrontar os criminosos na internet, pois isso pode levar à destruição de evidências e dificultar sua identificação e punição. O foco deve ser sempre na proteção e segurança das crianças, através da prevenção, observação atenta e ação rápida diante de qualquer suspeita. Juntos, podemos combater a pornografia infantil na internet e garantir um ambiente seguro para nossas crianças na primeira infância.
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