A alfabetização é um marco crucial na vida de uma criança, pois é nesse processo que ela adquire as habilidades de leitura e escrita, permitindo-lhe se comunicar e compreender o mundo ao seu redor. No entanto, dados recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), revelaram uma queda preocupante no índice de crianças alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental. Em 2021, apenas 41% das crianças nessa etapa dominavam a leitura e a escrita, em comparação com os 60% registrados em 2019, antes da pandemia.
Esses números alarmantes evidenciam a necessidade de ações urgentes para combater os atrasos na alfabetização das crianças brasileiras. O Ministério da Educação lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, um programa que visa apoiar iniciativas nos estados e municípios para promover a alfabetização infantil. De acordo com informações do MEC, estão previstos investimentos de R$ 1 bilhão este ano e R$ 2 bilhões, nos próximos dois anos. O objetivo do programa é garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental.
É importante destacar que o processo de alfabetização não começa apenas no primeiro ano do ensino fundamental, mas sim desde a primeira infância. Segundo a pedagoga Fernanda King, pós-graduada em Desenvolvimento Infantil, o letramento deve ser incentivado desde os primeiros anos de vida da criança. Fernanda ressalta que marcos importantes no desenvolvimento cognitivo e motor ocorrem nessa fase, e os pais devem estar atentos aos sinais de desenvolvimento e oferecer estímulos adequados. Ela enfatiza:
É preciso ler para essa criança, identificar as letras do ambiente ao seu redor e promover o letramento de forma lúdica e afetiva.
A pandemia da COVID-19 trouxe desafios adicionais para o processo de alfabetização. O período de isolamento social e o aumento do tempo de exposição às telas podem ter prejudicado o desenvolvimento da fala e da linguagem nas crianças. Fernanda destaca que muitas crianças apresentam atrasos na fala após o período de isolamento, devido à falta de interação com outras crianças e à alta exposição às telas. Ela alerta:
Quem não fala bem, não escreve bem. É fundamental que a criança compreenda a fala e tenha clareza na pronúncia dos fonemas para um bom desenvolvimento na escrita.
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A participação ativa dos pais e educadores é essencial para promover a alfabetização das crianças desde a primeira infância. Fernanda enfatiza que os pais são os primeiros educadores e têm um papel fundamental nesse processo. Ela destaca a importância de proporcionar um ambiente afetivo e pedagógico adequado, estimulando a leitura, a identificação de letras e o desenvolvimento da fala. Segundo a pedagoga, é crucial que os pais estejam presentes, se envolvam nas atividades escolares e incentivem a prática da leitura em casa.
A educação infantil é um direito de todas as crianças e desempenha um papel crucial no desenvolvimento integral. Fernanda ressalta que restringir o acesso das crianças pequenas a uma educação de qualidade pode ter consequências irreversíveis. Ela destaca que a educação infantil é o momento em que as crianças começam a construir as bases do conhecimento, desenvolvendo habilidades cognitivas, sociais e emocionais essenciais para o seu futuro.
Diante dos desafios enfrentados pela alfabetização das crianças brasileiras, é fundamental adotar medidas efetivas para prevenir atrasos e garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade desde a primeira infância. A educação infantil desempenha um papel crucial nesse processo, como enfatiza a pedagoga, que também é diretora da Petit Kids Cultural Center. Ela ressalta que é preciso iniciar o processo de letramento desde cedo, proporcionando estímulos adequados e acompanhando os marcos de desenvolvimento das crianças. Os pais e educadores têm a responsabilidade de criar um ambiente propício para a alfabetização, investindo na educação das crianças e garantindo um futuro promissor para elas. Como destaca Fernanda:
A alfabetização precoce é o caminho para uma sociedade mais igualitária e com melhores oportunidades educacionais e profissionais para todos.
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