No vasto universo da educação infantil e primeira infância, um tema de extrema relevância emerge com promessas de revolucionar a forma como as crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se comunicam e se desenvolvem: a Comunicação Alternativa Aumentativa, ou simplesmente CAA. Nas próximas linhas, mergulharemos em uma jornada que explora desde sistemas de baixa tecnologia, como cartões e pranchas com figuras, até os mais avançados aplicativos impulsionados pela inteligência artificial. Conduzidos pela voz da Dra. Gesika Amorim, especialista em Tratamento Integral do Autismo e Neurodesenvolvimento, descobriremos como essas ferramentas estão moldando o presente e o futuro das crianças autistas, permitindo-lhes alcançar uma comunicação integral desde os primeiros anos de vida. Prepare-se para explorar um mundo de possibilidades e inclusão na educação infantil.
Para muitas crianças com TEA, a CAA surge como uma verdadeira aliada. A Dra. Amorim ressalta que esta tecnologia abre portas para uma comunicação eficaz, seja no seio familiar, na escola ou no ambiente de trabalho. Ela permite que essas crianças compreendam, expressem necessidades, façam comentários e respondam perguntas, melhorando a qualidade de vida.
"As pessoas com TEA podem aprender a usar essas ferramentas para entender o que as outras pessoas estão dizendo, pedir o que precisam, fazer comentários e responder às perguntas", explica a especialista.
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A CAA abrange desde sistemas de baixa tecnologia, como cartões e pranchas com figuras representativas de tarefas e objetos, até sistemas de alta tecnologia, como vocalizadores e aplicativos específicos. Um exemplo notável é o PECS, um sistema em que a troca de figuras por acesso a itens ou atividades é central, fortalecendo a comunicação funcional.
O PECS (ou Picture Exchange Communication System) foi desenvolvido nos Estados Unidos em 1985 por Andy Bondy e Lori Frost, e implementado pela primeira vez com crianças autistas de pré-escola no Programa de Autismo de Delaware. Seu principal objetivo é ensinar comunicação funcional, como bem explica a Dra. Gesika Amorim
Além da CAA, a Tecnologia Assistiva abrange ferramentas poderosas. Os cartões de comunicação, organizados por cores e categorias de símbolos gráficos, oferecem formas distintas de expressão. Pranchas temáticas e alfabéticas ampliam ainda mais as possibilidades. Avançando nesse campo, a inteligência artificial mostra seu potencial, proporcionando aplicativos como o Snap Core First, Matraquinha, Expressia, Letmetalk e Livox, todos focados na CAA e adaptados para atender às necessidades das crianças com TEA.
Com a evolução constante, a inteligência artificial torna-se uma aliada valiosa. Além de facilitar a comunicação, aplicativos capacitados para reconhecer imagens, rótulos e cédulas de dinheiro estão se tornando cada vez mais eficazes. Surpreendentemente, a aprendizagem de máquina é utilizada para detectar o autismo, demonstrando o amplo potencial dessa tecnologia na inclusão e no desenvolvimento da vida das crianças autistas.
"Esses recursos vão melhorando com o aperfeiçoamento tecnológico. Além disso, a inteligência artificial pode ser usada para detectar o autismo através do método de aprendizagem de máquina", finaliza a Dra. Gesika Amorim.
Em suma, a Comunicação Alternativa Aumentativa e as tecnologias assistivas estão desempenhando um papel crucial na vida das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Desde os sistemas básicos até a inteligência artificial, essas ferramentas estão transformando o cenário da comunicação, possibilitando que crianças com TEA desenvolvam suas habilidades comunicativas desde a primeira infância. É imperativo que continuemos a promover o acesso a essas tecnologias, garantindo que cada criança autista tenha a oportunidade de se expressar e se comunicar integralmente, construindo um futuro inclusivo e rico em possibilidades. Afinal, a comunicação é a porta de entrada para conexões significativas e desenvolvimento pleno.
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