Segunda, 20 de Janeiro de 2025
Tecnologia Infância digital

Como equilibrar as telas na infância: Aliadas ou vilãs da educação infantil?

Como a exposição às telas na primeira infância pode ser uma aliada à educação, e não apenas uma ameaça, durante as férias escolares

18/12/2023 às 13h39 Atualizada em 02/05/2024 às 09h41
Por: Lorena Brum
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É crucial destacar que as tecnologias são uma parte integrante, mas não dominante, da vida das crianças. Imagem: Freepik
É crucial destacar que as tecnologias são uma parte integrante, mas não dominante, da vida das crianças. Imagem: Freepik

A tecnologia, antes considerada vilã na educação infantil, tornou-se uma realidade inescapável para as novas gerações. Neste cenário, pais se veem desafiados a equilibrar o tempo de exposição às telas, seja por meio de desenhos na TV ou jogos de videogame. Durante as férias escolares, quando as crianças buscam entretenimento, encontrar esse equilíbrio é crucial.

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O presidente e mantenedor da Escola Vereda, Arthur Buzatto, destaca: "Não acredito que os videogames e as redes sociais sejam vilões. O essencial é a integração."

Gamificação na Educação: Uma Ferramenta Lúdica e Educacional

Em um passado recente, videogames e redes sociais eram considerados inimigos dos educadores. Contudo, especialistas como Arthur Buzatto sugerem uma mudança de perspectiva. Ao invés de banir essas tecnologias, é possível utilizá-las a favor da educação. Jogos educacionais e técnicas de gamificação são recursos valiosos para tornar o aprendizado mais envolvente e lúdico.

“Já existem jogos construídos com propósitos educacionais, justamente para trazer temas importantes em um meio que converse com o cotidiano e o lazer do estudante”, explica.

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Diálogo Aberto sobre Redes Sociais: Incentivando a Crítica e a Reflexão

As redes sociais, muitas vezes acusadas de viciar e consumir a atenção dos jovens, também podem ser transformadas em ferramentas educacionais. Buzatto destaca a importância de instigar a criticidade e o pensamento crítico nas crianças. Em vez de evitar o acesso às redes, propõe-se um debate nas escolas sobre o consumo consciente de informações, transformando a exposição em conhecimento.

“Todas essas tecnologias estão transmitindo informações o tempo todo, de todo tipo de qualidade, às vezes verdadeiras, às vezes não. Seria de muito ganho para os estudantes que o acesso a tudo isso seja debatido nas escolas, ao invés de simplesmente evitado”, sugere o especialista.

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Telas na Primeira Infância: Tempo de Exposição com Cautela

Especialistas advertem sobre os potenciais efeitos negativos da exposição excessiva às telas durante a primeira infância. Durante as férias escolares, quando as crianças têm mais tempo livre, é crucial que os pais adotem uma abordagem cuidadosa em relação ao tempo de exposição. Além de gerenciar o tempo de tela, é possível escolher desenhos e programas educativos que contribuam para o desenvolvimento das crianças.

Ao selecionar conteúdo, opte por programas que incentivem a criatividade, o raciocínio e a interação social. Ferramentas online, como aplicativos educacionais, podem oferecer uma alternativa valiosa. Verifique as classificações indicativas e as análises de outros pais para garantir que o conteúdo seja apropriado para a idade e promova aprendizado positivo.

Além disso, considere atividades extras que afastem os pequenos das telas. Incentive brincadeiras ao ar livre, jogos de tabuleiro, leitura de livros e atividades artísticas. Criar um ambiente diversificado e estimulante pode reduzir a dependência das telas e proporcionar experiências enriquecedoras.

Lembre-se, as telas não precisam ser a primeira opção para preencher o tempo das crianças. Ao equilibrar o uso com atividades variadas, os pais podem garantir que a exposição às telas seja um recurso educativo, não um último recurso desesperado. A abordagem consciente e equilibrada contribuirá para o desenvolvimento saudável e feliz de seus filhos.

Durante as férias escolares, quando as crianças buscam entretenimento, encontrar esse equilíbrio é crucial. Imagem: Freepik

Integração: Fomentando uma Parceria Escola-Família para um Desenvolvimento Tecnológico Saudável

Arthur Buzatto destaca a importância da integração entre a escola e as experiências digitais dos alunos, mas essa integração vai além da sala de aula. Envolve uma parceria sólida entre escola e família para guiar as crianças desde a infância até a adolescência de maneira saudável no uso das tecnologias.

“O essencial aqui, assim como para muitos dilemas da educação, é a integração. Quando a escola traz o aluno para perto, usando os meios que eles já conhecem e gostam, ela cria uma relação mais positiva com o ambiente escolar e com a aprendizagem”, ressalta o especialista.

A comunicação aberta entre pais e educadores é essencial. Estabelecer diretrizes claras para o uso de dispositivos desde cedo, com o suporte da escola, ajuda as crianças a compreenderem os limites e responsabilidades associados à tecnologia. Esse diálogo constante entre escola e família também permite a troca de experiências, estratégias e informações sobre as melhores práticas.

Promover workshops educativos para os pais, abordando temas como segurança online, controle parental e escolha consciente de conteúdo, contribui para uma abordagem mais informada e proativa. Ao fornecer ferramentas e recursos, a escola desempenha um papel fundamental na capacitação das famílias para supervisionarem e orientarem o uso das tecnologias por seus filhos.

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É crucial destacar que as tecnologias são uma parte integrante, mas não dominante, da vida das crianças e adolescentes. Ao promover a integração escola-família e orientar ambas as partes sobre o uso responsável das tecnologias, cria-se um ambiente propício para que as crianças transitem para a adolescência de maneira equilibrada, utilizando a tecnologia como uma ferramenta, não como uma distração prejudicial. Essa abordagem colaborativa e holística busca moldar não apenas estudantes bem-educados, mas também jovens responsáveis e críticos em um mundo digital em constante evolução.

Segundo Buzatto, ele não acredita que os videogames e as redes sociais sejam apenas os “vilões” do desenvolvimento infantil.

“Também não são heróis, é claro — eles podem ajudar no engajamento, são de fato recursos relevantes para isso, mas não para ocupar um papel de protagonismo”, explica o educador. 

Telas como Ferramentas, não como Protagonistas

Em um mundo cada vez mais digital, as telas não precisam ser vilãs. Quando utilizadas com discernimento e integração, elas se tornam aliadas valiosas na educação. Durante as férias, os pais podem adotar estratégias que promovam o equilíbrio, transformando o tempo de tela em uma experiência educativa e saudável para as crianças.

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