Nesta sexta-feira, 19 de abril, data em que se celebra o Dia dos Povos Indígenas, nos convida a refletir sobre a importância de preservar e valorizar as culturas dos povos originários, bem como a proteger o meio ambiente, que é parte fundamental de suas tradições e modos de vida. Neste contexto, a Paulus Editora lançou a obra infantil "História Baseada em Aldeias Reais", escrita pela indigenista Marlete Cardoso e ilustrada por Wanessa Ribeiro, descendente guarani.
No enredo deste livro cativante, somos apresentados à história do pequeno indígena Lucas Karaí, um menino guarani, e Rafael, um garoto que visita uma escola indígena e descobre o valor da amizade e a importância da valorização e preservação da terra. Entre as páginas deste livro, encontramos lições sobre liderança, amizade, generosidade, preservação ambiental, doação e ajuda ao próximo.
Para a autora Marlete Cardoso, que teve suas experiências em aldeias reais no estado de Santa Catarina como inspiração, "História Baseada em Aldeias Reais" é mais do que uma simples narrativa. É um convite à reflexão sobre os desafios enfrentados pelos povos indígenas e a importância de preservar suas tradições e valores éticos.
Em suas palavras, "Aos indígenas reais, que são minhas fontes de inspiração, agradeço por existirem e resistirem. Precisamos de vocês e de sua sabedoria mais do que nunca."
As ilustrações de Wanessa Ribeiro dão vida a essa história com cores vibrantes e traços que descrevem o dia a dia dos povos indígenas. Descendente indígena Guarani, Wanessa traz em suas obras a conexão entre os seres humanos e a natureza.
Como ela coloca, "Quero mostrar que cuidar da floresta também é cuidar do nosso corpo e da nossa saúde, pois ela é sagrada, dela vem nosso alimento, ela nos mantém vivo."
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Para Wanessa, a arte tem um papel poderoso na educação infantil, promovendo o respeito e o entendimento das tradições indígenas. Suas ilustrações mesclam animais e plantas para destacar a interconexão entre os seres humanos e a natureza, ajudando as crianças a desenvolverem um senso de responsabilidade ambiental desde cedo.
A entrevista concedida pelas autoras ao portal Primeira Educação revela insights valiosos sobre a importância de abordar questões sensíveis, como o respeito às tradições e a preservação cultural, de forma acessível para o público infantil. Marlete Cardoso destaca a relevância das narrativas na quebra de estereótipos e na promoção da compreensão das culturas indígenas entre as crianças.
“A criança irá se identificar com um personagem e, consequentemente, com sua dor ou alegria. Então, entra o trabalho do educador ou pai/mãe consciente que saberá atrair a simpatia da criança. Sendo que a causa indígena não pode ser dissociada da causa ambiental, haverá material de sobra para atuar de modo a despertar no coraçãozinho tenro o amor e respeito à natureza e às diferentes manifestações culturais”, explica a autora.
Ambas as autoras compartilham suas experiências e visões sobre como é possível utilizar a arte e a literatura como ferramentas para promover a valorização das diferenças e a preservação ambiental desde cedo.
“As crianças, ao desenvolverem a empatia por todas as formas de vida e conhecendo os processos da natureza, com certeza se tornarão adultas mais éticas, isso para que a gente não esteja distante da vida ao ponto de nem perceber que existe natureza enterrada debaixo dos nossos pés”, ressalta a ilustradora.
"História Baseada em Aldeias Reais" é mais do que um livro infantil. É uma ferramenta educativa que aborda questões delicadas, como o respeito às tradições e a luta pela preservação cultural, de forma acessível para o público infantil. Com competências como conhecimento geral sobre os povos indígenas, pensamento crítico, repertório cultural, empatia e responsabilidade, este livro é indicado para crianças do fundamental I e II, professores, bibliotecários e todos que buscam promover a valorização das diferenças e a preservação ambiental.
“Penso que o livro “História baseada em Aldeias Reais” poderá ser utilizado para abordar assuntos delicados como as violências contra os povos indígenas, a poluição de rios, etc. Com leveza e verdade, o respeito entre todos pode ser plantado com leitura, releitura, encenações, reflexões. Em sua simplicidade, esta história real se oferece toda como uma brincadeira de peteca, ou um canto guarani em busca de roda de conversa ou cantoria”, completa a escritora da obra infantil.
Em resumo, "História Baseada em Aldeias Reais" é um convite à reflexão e ao diálogo sobre as comunidades tradicionais e povos originários, além de uma celebração da diversidade cultural e da importância de cuidar da nossa Casa Comum.
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