Brinquedo tem gênero? Autor infantil aborda em seu livro "O burrinho e a troca de brinquedos" sobre as escolhas das crianças na hora de brincar

O livro infantil “O burrinho e a troca dos brinquedos”, de autoria do jornalista e escritor paraibano, Felipe Gesteira, com ilustrações de Meiacor, aborda de forma lúdica e com ilustrações coloridas, a liberdade de escolha das crianças na hora de brincar, sem o conceito “conservador” de que brinquedo e brincadeiras têm gênero.

“O livro “O burrinho e a troca dos brinquedos” é a adaptação de um cordel que escrevi e fez muito sucesso: “O jumento e a troca de brinquedos”. A questão do paradigma veio quando meu primeiro filho nasceu e ouvi várias congrutulações por ter tido um filho homem, como se o sexo definisse algum mérito. Percebi desde então o quanto machismo e misoginia estão estruturados na sociedade. Enquanto pai, revi diversos pontos da criação que recebi sob estrutura machista e que optei por romper ”, afirma o autor da obra, Felipe Gesteira.

Sobre o livro

A obra, primeiro livro infantil escrito por Felipe, fala de uma excursão escolar em que crianças como Carlinhos e Glorinha fazem uma viagem munidos de seus respectivos brinquedos. Tudo parece bem, até aparecer um burrinho no meio da estrada e a bagunça se instalar. Após a freada que o ônibus escolar precisa dar, os brinquedos são jogados para o alto e totalmente misturados. Protagonizada pelas próprias crianças, a brincadeira começa a ficar mais legal conforme a liberdade de escolha de cada um.

Quebrando os paradigmas todos os dias

Renata Fabrício, mãe de Ibraim, vive diariamente a quebra dos paradigmas sobre o que é brincadeira de menino ou de menina.

“Entendo que a criação de uma criança é na verdade a criação de um adulto. Do meu futuro adulto. E como mãe de menino, sinto que essa responsabilidade é ainda mais específica: criar um homem que respeite mulheres. Acho que a gente não precisa falar sobre introduzir brinquedos, mas sobre permitir. Permitir que as crianças brinquem. As crianças têm interesses genuínos. E como adulto responsável por guiar a minha criança, penso que brincar de boneca, de casinha, de escolinha tem uma função tão importante quanto brincar de carrinhos.” afirma Renata.

Ela continua: “Acredito que o cuidar, representado pelo brincar de boneca, ou a própria natureza, representado pela flor, são elementos do mundo. O cuidar e o sentir fazem parte da sociedade e independem de gênero.”

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Sobre o autor

Felipe Gesteira é paraibano, jornalista, escritor e fotógrafo. Casado e pai de dois meninos e uma menina, o autor segue em defesa de um mundo mais justo e seguro para todas as crianças e os adultos que se tornarão, independentemente de sexo e gênero.

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