Os avanços tecnológicos, nos trouxeram inúmeros benefícios e comodidades, o mundo não temas mais alguns dificuldades como tínhamos até algum tempo, como o fim da demora para checar algumas informações, ter facilidade para falar com pessoas que estão a quilômetros de distância, carros por aplicativo, serviços de alimentação, avanços industriais e tantas outras.
Da tecnologia, começamos a ter o uso constante das telas em nossas vidas, alguns dispositivos como smartphones, tablets, computadores, televisores e agora até óculos especiais se tornaram nossos companheiros inseparáveis, oferecendo os benefícios já citados e também entretenimento.
Esses são os “prós”, mas realmente já paramos para pensar sobre os “contras”?
Essa relação com as telas também apresenta desafios, essa constante estimulação e a infinidade de conteúdos disponíveis podem facilmente nos levar à distração, prejudicando muitas vezes nossa produtividade, o bem-estar e a saúde mental. E o uso de telas não está restrito apenas aos adultos, as crianças também estão expostas às telas e bastante.
Segundo dados do TIC Kids Online Brasil, estima-se que pelo menos 25 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, nas cinco regiões do Brasil tiveram acesso à internet nos últimos três meses de 2023, e as plataformas mais utilizadas foram redes sociais como TikTok, Instagram e Youtube.
Durante a pesquisa, a organização identificou que há as oportunidades para esse uso da internet, como fins educacionais e de entretenimento, porém também identificaram riscos decorrentes desse uso: acesso a conteúdos ofensivos, alta exposição, e questões de saúde, como aprender maneiras de se auto machucar, dependência tecnológica, obesidade e até questões que envolvem a saúde mental.
Com o aumento alarmante do uso de dispositivos eletrônicos, a Editora Timo criou a “Infância Livre de Telas”, com apoio da Associação Brasileira do Livre Brincar (IPA) e da plataforma de conteúdo digital Catraca Livre, para fazer um apelo para evitar o uso excessivo de smartphones e outros gadgets e a dependência tecnológica das crianças.
“Precisamos olhar com urgência para a forma como estamos deixando nossas crianças submissas às telas e a conteúdos inapropriados”, alerta Ana Basaglia, fundadora e publisher da TIMO e uma ativista pelo aleitamento materno.
Para ela, levar essa mensagem para as ruas é uma forma de envolver, de fato, a sociedade para uma discussão mais profunda sobre a relação das crianças com essas tecnologias.
Os papais de primeira viagem, Diego Rodrigo e Yura Rique, limitam o contato com as telas do pequeno Daniel, de 1 ano, a 15 minutos e apenas para assistir desenhos antes de adormecer.
“Ele se deita na cama comigo e assistimos desenhos de baixo estímulo, geralmente desenhos antigos como Patolino, Looney Tunes, que pela própria tecnologia da época em que foram produzidos não tem tanto movimento ou cores vibrantes - eu também gosto de assistir pois foram os da minha infância”, contou Diego ao Primeira Educação.
Diego explicou também que ele não demonstra interesse em smartphones:
“Quando vê os nossos em algum lugar, o impulso dele é pegar e trazer pra nos entregar.”
O pequeno tem mais interesse em brincar, já que está em fase de desenvolvimento. Então, junto com a mamãe Yura, Daniel gosta de brincar no chão, com blocos de montar, pintura, carrinhos, velocípede, percussão de brinquedo, piscina de bolinhas.
A psicóloga Karina Xavier Barosi também tem um bebê, o Gianluca, de 1 ano e 11 meses, e há pouco tempo permitiu o acesso a vídeos educativos próprios para a idade dele. Contudo, com limitações.
“Nós limitamos o acesso às telas, esta decisão é crucial por várias razões. Isso ajuda a promover um estilo de vida saudável, limitando o tempo sedentário dele e incentivando-o a atividades físicas e sociais. Além disso, é importante reduzir o tempo de tela, para não atrapalhar o sono, o desenvolvimento cognitivo e a saúde mental.” contou Karina ao portal.
Ela defende que o mundo fora das telas é muito importante para que a criança desenvolva, por exemplo, a interação com outras pessoas.
“A interação física com o ambiente e com outras pessoas é essencial para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo. Além disso, o aprendizado sem o uso de telas ajuda as crianças a desenvolverem uma relação saudável com a tecnologia, aprendendo a equilibrar seu uso com outras atividades importantes”.
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É interessante que essa conscientização não fique apenas na campanha “Infância Livre de Telas” e para que toda a sociedade se engaje para evitar o uso excessivo dessa tecnologia por crianças e adolescentes.
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