Explicar a morte e o luto para crianças é um desafio delicado, que requer sensibilidade e cuidado. A abordagem deve ser adaptada à idade da criança e ao seu nível de compreensão. E usar formas lúdicas para abordar o assunto pode ser uma forma mais fácil de ajudar os pequenos e explicar aquele sentimento que, para eles, ainda não tem nome, principalmente, na primeira infância.
Em seu terceiro livro, o escritor e ilustrador paraibano Junior Misaki relata, de forma lúdica e sensível, um sentimento particular que teve ao perder alguém que amava: um gatinho chamado Juan.
“Juan era mais do que um simples gato; ele era um amigo leal, um companheiro amoroso que trouxe alegria e ternura para a vida de sua família humana. Desde o momento em que chegou como um filhote assustado até o dia em que partiu, Juan deixou uma marca indelével em seus corações“, conta o autor.
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Ao longo de 20 páginas, Junior, que também é o ilustrador da obra, convida os pequenos leitores (e os nem tão pequenos), a testemunhar a jornada do gatinho travesso desde de que era filhote até sua fase mais serena na velhice, e sua partida pouco depois de completar 13 aninhos. E através dessas experiências, as crianças podem aprender sobre a importância da amizade, do cuidado e, inevitavelmente, da despedida.
A morte de animalzinho ou de um ente querido pode ser um momento difícil para as crianças, mas é uma oportunidade valiosa para começar a conversar sobre algo que, infelizmente, eles e todos nós ainda vamos passar bastante: o luto.
“O tempo foi passando
Continua após a publicidadeE Juan mudando a sua feição.
Não era mais ativo
E nem como outrora brincalhão.
Juan foi ficando velhinho
E a idade foi uma grande pressão…” (Trecho do livro “O Gato Juan”, 2021)
A psicóloga infantil Renaly Arruda explica que as crianças na primeira infância ainda estão em processo de desenvolvimento cerebral, o que nos traz uma compreensão de que elas ainda não atingiram a maturidade necessária para lidar com emoções desagradáveis.
“Quando falamos do luto, falamos sobretudo do perder de forma definitiva quem amamos, e esse perder pode trazer à tona algumas emoções desagradáveis como a tristeza e, se falamos sobre perder um animal de estimação que a criança acompanha o crescimento, cuida e interage todos os dias, poderá ser ainda mais um gerador de sofrimento emocional.” esclarece a psicóloga.
Além disso, a especialista destaca que:
“É necessário compreender que, em alguns casos, mesmo que os pais deem todo o suporte necessário, algumas crianças podem apresentar sinais de sofrimento emocional como choro intenso, recusa de falar sobre o ocorrido, perda de apetite, dificuldade para dormir ou até diminuição do rendimento escolar, mas que precisam ser ouvidas e acolhidas por um profissional da psicologia infantil.“
Por fim, lembre-se que cada criança é única e lida com o luto de maneira diferente. O importante é estar presente, oferecer apoio e amor durante esse processo difícil.
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O escritor, ilustrador e Mestre em Artes Visuais nasceu em Patos-PB, é professor da educação básica e autor de outros títulos infantis como “Clarice e a Andorinha', “O Mágico do Seridó”, “A Raposa: Depois daquele adeus”, “Quadrinizando nas aulas de Arte: De professor para professor”, “Miguel e o celular” e seu novo livro que está em pré-venda “A tapioca da vovó”. Todos os exemplares das publicações do autor, incluindo “O Gato Juan” estão disponíveis no site da editora Gibizada com preços superacessíveis.
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