Daqui a menos de dois meses, poderemos acompanhar o evento esportivo mais importante do mundo. Atletas dos cinco continentes se reunirão para mostrar suas habilidades, testar suas capacidades e ser exemplo de disciplina, garra e resiliência. Mas, dá para imaginar que muitos destes atletas começaram sua vida esportiva ainda bebês? Hoje vamos falar sobre uma das modalidades em que o primeiro contato com o esporte pode começar aos seis meses de vida: a Natação.
Não existe uma regra para iniciar a prática desta modalidade. No entanto, antes de colocar seu bebê em uma aula de natação, recomenda-se conversar com o pediatra para liberar a atividade. É fundamental deixar claro que as recomendações podem variar conforme as características de cada criança.
É importante saber que a prática desta atividade traz diversos benefícios. Além de estimular a adaptação ao meio líquido e garantir uma boa coordenação motora, noções de espaço e tempo, a natação contribui para uma base psicológica e neurológica propícia para o auto salvamento. Além disso, aumenta a resistência muscular e cardiorrespiratória, favorecendo a prevenção de doenças respiratórias, melhorando o sono do bebê e até mesmo regulando o apetite das crianças.
Não há dúvidas de que manter o hábito da prática esportiva desde a mais tenra idade é muito importante e benéfico. No entanto, nem sempre imaginamos que uma simples atividade, inicialmente uma adaptação ao meio líquido com muita ludicidade, pode se transformar em um treinamento de alta intensidade num piscar de olhos.
O início do treinamento competitivo de natação em crianças pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o interesse da criança, sua habilidade na água, sua maturidade física e emocional e os objetivos dos pais e treinadores. No entanto, existem algumas considerações importantes a serem feitas:
Devemos respeitar o desenvolvimento motor e a fase de adaptação aquática das crianças. Elas devem primeiro desenvolver habilidades básicas na água, como flutuação, respiração e movimentos da natação, antes de começarem o treinamento competitivo. Isso é ensinado em aulas de natação para iniciantes geralmente antes dos seis anos de idade.
Não há uma idade específica para começar o treinamento competitivo de natação, mas geralmente as crianças começam a se envolver em competições a partir dos seis ou sete anos de idade. É importante considerar a maturidade física e emocional da criança antes de iniciar um treinamento mais intenso.
É crucial que a criança demonstre interesse genuíno pela natação competitiva e esteja motivada para participar dos treinos e competições. Forçar uma criança a competir pode levar a sentimentos de pressão e ansiedade, prejudicando sua experiência na atividade.
Os pais desempenham um papel importante no apoio e incentivo à participação da criança nas competições. Eles devem estar dispostos a fornecer o suporte emocional e prático necessário para que a criança participe de treinos e competições.
Quando a criança estiver pronta para iniciar o treinamento competitivo, é importante garantir que ela tenha acesso a treinadores qualificados e programas de treinamento adequados à sua idade e habilidade. Isso ajudará a garantir um desenvolvimento saudável e progressivo.
O início do treinamento competitivo deve ser baseado em uma combinação de fatores, incluindo habilidade na água, interesse, maturidade e suporte dos pais. É importante garantir que a transição de uma aula comum para o treinamento competitivo seja feita de forma gradual e que a experiência da criança na natação seja positiva e gratificante. E tudo bem se começar a competir e de repente desistir... o mundo competitivo não é para todos, e precisamos apoiar todas as decisões.
Pensando na infinidade de benefícios que as práticas esportivas oferecem às nossas crianças, podemos ficar na dúvida de qual seria mais indicada a elas: um esporte individual como a natação ou os coletivos, como o futebol, o vôlei ou outros. O que fazer? Qual é o mais indicado? O esporte coletivo sociabiliza mais? O esporte individual desenvolve melhor o foco e a disciplina?
Os esportes individuais, independentemente da modalidade, oferecem uma variedade de benefícios que contribuem para o desenvolvimento holístico das crianças, incluindo aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. Essas atividades não apenas promovem um estilo de vida ativo, mas também ajudam as crianças a desenvolverem habilidades e traços de caráter que serão úteis ao longo de suas vidas.
Embora os esportes individuais se concentrem no desempenho individual, ainda oferecem oportunidades para interação social. As crianças podem praticar com colegas, participar de competições e eventos esportivos, e fazer amizades com pessoas que compartilham de seus interesses.
Se o interesse for no desenvolvimento do foco e da disciplina, devemos deixar claro que isso não é exclusividade dos esportes individuais. As crianças precisam aprender a concentrar sua atenção e a se comprometer com a prática regular, independentemente da modalidade praticada. Dessa maneira, a prática esportiva pode promover o desenvolvimento de habilidades que serão valiosas em todos os aspectos da vida. Entretanto, se o seu interesse for fomentar a resiliência ou incentivar a autonomia, pense nos esportes individuais. Fazer com que as crianças lidem com derrotas e fracassos é um dos desafios passados por aqueles envolvidos frequentemente nos esportes individuais. Essas experiências ensinam as crianças a lidarem com a adversidade e a perseverar diante de desafios.
Tanto os esportes coletivos quanto os individuais podem ser eficazes para desenvolver as habilidades de lidar com o estresse e a ansiedade. O exercício físico, independentemente da modalidade, libera endorfinas, que ajudam a melhorar o humor e reduzir o estresse, proporcionando uma distração saudável frente às preocupações cotidianas.
Cada esporte individual requer um conjunto específico de habilidades técnicas e táticas. Ao se concentrar em um esporte específico, os atletas têm a oportunidade de aprimorar essas habilidades de maneira mais direcionada e especializada. Em esportes coletivos, o desempenho de uma equipe muitas vezes depende da colaboração e cooperação de todos os membros. Em esportes individuais, os atletas têm menos preocupações com a dinâmica de equipe e podem se concentrar exclusivamente em seu próprio desempenho.
De qualquer forma, não existe um esporte ideal. Precisamos analisar o perfil e o interesse da criança, proporcionando uma experiência incrivelmente agradável, seja nos esportes individuais, como a natação, ginástica ou judô, ou nos esportes coletivos, como o futebol.
PARA MAIS ARTIGOS COMO ESTE, ACESSE: Coluna de Juliana Vertullo.