O debate sobre o uso excessivo das telas tem ganhado cada vez mais destaque em diversos ambientes, especialmente entre pais e professores. Segundo Sarah Helena de Souza Silva, psicóloga e curadora da Leiturinha, o maior clube de assinaturas de livros infantis do Brasil, a questão é de extrema importância:
“Para uma geração que viveu o boom da massificação dos smartphones, tablets e computadores sem estar preparada para lidar com seus impactos, é um desafio entender e praticar da melhor forma os limites de seu uso”.
O psicólogo social Jonathan Haidt, em seu livro "The Anxious Generation – How the Great Rewiring of Childhood Is Causing an Epidemic of Mental Illness", alerta sobre os riscos de uma infância hiperconectada.
"O tempo exagerado de telas e a superestimulação causada por ela são prejudiciais à saúde de todos nós, especialmente de crianças e adolescentes", reforça Sarah Helena.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em suas diretrizes sobre atividade física, comportamento sedentário e sono para crianças menores de cinco anos, recomenda restrições de tempo de tela para a primeira infância, tornando-se um documento norteador para pais e professores.
Uma das melhores opções para o descanso digital é a leitura.
“A leitura pode ser levada para todos os lugares e é uma ótima opção para estreitar os vínculos, além de criar um ambiente com outro ritmo”, explica a psicóloga.
Diferente das telas, que superestimulam, a leitura traz calma e estimula a concentração e o foco, permitindo ao cérebro acomodar e consolidar conhecimentos.
Ler para os filhos, mesmo que já saibam ler sozinhos, garante um momento especial entre pais e filhos.
"Ler para uma criança cria uma espécie de redoma entre vocês – o mundo lá fora, os problemas e outras distrações ficam cada vez mais longe a cada virar de páginas", descreve Sarah Helena.
Esse hábito ajuda a criança a se interessar por personagens e acontecimentos diferentes, expandindo seu vocabulário e repertório cultural, além de desenvolver empatia.
Para que a leitura se torne uma prática regular, é fundamental que os pais também participem.
“É muito importante que esta também seja uma escolha dos pais, que a criança veja os pais deixando o celular de lado para pegar um livro”, salienta a especialista.
Esse exemplo é eficaz para incentivar as crianças a lerem. Ler um livro para uma criança é uma declaração de amor e cuidado, criando memórias afetivas duradouras.
O equilíbrio entre o uso de telas e momentos de leitura é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças. Ao incorporarem a leitura em suas rotinas, pais e filhos não apenas fortalecem seus vínculos, mas também promovem um ambiente de aprendizado e crescimento emocional.
Como afirma a psicóloga Sarah Helena, “Esse hábito marca e impacta a criança por toda a sua vida de maneira positiva”.
Por isso, reservar um tempo para a leitura em família pode ser uma das melhores decisões que os pais podem tomar para garantir o bem-estar e o desenvolvimento integral de seus filhos.
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