O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um conjunto de condições do neurodesenvolvimento caracterizadas por desafios na comunicação social e comportamentos repetitivos. No entanto, muitas crianças com TEA também enfrentam comorbidades que podem agravar os sintomas e afetar a qualidade de vida.
A Dra. Gladys Arnez, especialista em neurodesenvolvimento, destaca a importância de um tratamento multidisciplinar e individualizado para essas condições.
As comorbidades no autismo podem variar amplamente, mas algumas são mais comuns:
Entre 25% a 40% das pessoas com TEA também sofrem de epilepsia. Esta condição aumenta significativamente o risco de convulsões, que podem manifestar-se através de comportamentos como olhar fixo, enrijecimento muscular e distúrbios do sono. Fatores como deficiência intelectual, histórico familiar de epilepsia e atraso cognitivo grave aumentam a vulnerabilidade a esta condição.
A ansiedade e a depressão frequentemente coexistem com o autismo, exacerbando os sintomas do TEA e impactando o bem-estar emocional dos indivíduos. A Dra. Arnez enfatiza a importância de intervenções psicossociais e, quando necessário, o uso de medicação para tratar essas comorbidades.
O TDAH é outra comorbidade comum em indivíduos com TEA, caracterizada por dificuldades de concentração, impulsividade e hiperatividade. Terapias comportamentais e medicamentos específicos são frequentemente utilizados para gerenciar esses sintomas.
O TOD envolve comportamentos desafiadores como teimosia, agressividade e desobediência. A terapia comportamental e o apoio familiar são essenciais para lidar com essa comorbidade, proporcionando um ambiente mais estável e previsível para a pessoa afetada.
A ecolalia, a repetição involuntária de palavras ou frases, é comum em crianças com autismo, mas também pode ocorrer em adultos. Estratégias de comunicação alternativa e terapia da fala são fundamentais para ajudar a minimizar esse sintoma.
A Dra. Gladys Arnez reforça a necessidade de um tratamento individualizado e multidisciplinar para pessoas com TEA e comorbidades. Além das abordagens médicas tradicionais, terapias como Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapia ocupacional, fonoaudiologia e fisioterapia desempenham papéis importantes no cuidado integral desses indivíduos.
"Considerar todas as dimensões do cuidado é essencial para o bem-estar das pessoas com TEA", afirma a Dra. Arnez.
Ela também destaca a importância do diagnóstico precoce e de uma abordagem holística para maximizar a qualidade de vida e as chances de melhora dos pacientes.
Recentemente, tratamentos alternativos como o uso de toxina botulínica e canabidiol (CBD) têm sido explorados para melhorar os sintomas de TEA e suas comorbidades. A Dra. Arnez e outros especialistas continuam a pesquisar e desenvolver novas estratégias para melhorar a vida das pessoas no espectro autista.
Diagnosticar o TEA e suas comorbidades precocemente é fundamental.
"A busca por um médico capaz, especializado no assunto e de confiança é absolutamente necessária", ressalta a Dra. Arnez.
Um diagnóstico precoce permite intervenções mais eficazes, aumentando significativamente as chances de melhora e a qualidade de vida dos pacientes.
Compreender e tratar as comorbidades associadas ao autismo é crucial para melhorar a qualidade de vida das crianças no espectro. Uma abordagem multidisciplinar e individualizada, junto com o diagnóstico precoce, são essenciais para enfrentar os desafios do TEA de forma abrangente e eficaz.
"A busca por soluções integradas e o apoio de profissionais especializados são essenciais para promover inclusão, bem-estar e compreensão das pessoas com TEA", conclui a Dra. Arnez.
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