Terça, 17 de Setembro de 2024
Educação Readaptação escolar

Volta às Aulas: como ajudar as crianças a retomarem a rotina escolar

Estratégias lúdicas e união entre família e escola ajudam estudantes a readaptarem-se à rotina após as férias

15/08/2024 às 11h16 Atualizada em 15/08/2024 às 11h22
Por: Lorena Brum
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Quando o aluno percebe que pode contar com o apoio de sua rede de sustentação — seja em casa ou na escola —, ele se sente mais preparado para superar os desafios. Imagem: Freepik
Quando o aluno percebe que pode contar com o apoio de sua rede de sustentação — seja em casa ou na escola —, ele se sente mais preparado para superar os desafios. Imagem: Freepik

 

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O retorno às aulas após as férias pode ser um momento delicado, especialmente na educação infantil, onde as crianças ainda estão desenvolvendo suas habilidades de adaptação. Muitas vezes, os pequenos precisam de um tempo extra para se reacostumar à rotina escolar, o que pode gerar desafios tanto para as famílias quanto para os educadores. O processo de readaptação, que envolve desde a reintrodução de horários até o resgate da concentração nas atividades pedagógicas, nem sempre é tranquilo e rápido. Entretanto, com o suporte adequado e o uso de estratégias lúdicas, é possível tornar essa transição mais suave e até prazerosa para as crianças.

Segundo Mayana Teixeira, assessora pedagógica da plataforma Amplia, a quebra da rotina durante as férias impacta diretamente o desempenho dos alunos.

"Dificuldades em se concentrar, falta de organização e resistência em realizar as tarefas são alguns dos sintomas mais comuns observados neste retorno às aulas", afirma a especialista.

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Desafios da volta às aulas: como a quebra de rotina impacta o desempenho

O período de férias escolares é essencial para o descanso físico e mental dos pequenos estudantes, mas o retorno à escola após esse intervalo pode trazer consigo desafios que afetam o desempenho acadêmico. A mudança na rotina — com a interrupção dos horários regulares de sono, alimentação e estudo — interfere na capacidade de concentração e na disposição dos alunos para as atividades pedagógicas.

Mayana Teixeira ressalta que a desordem nos hábitos pode se refletir em dificuldades para manter o foco nas aulas e nos deveres. A resistência em cumprir tarefas e a desmotivação inicial são comuns, mas podem ser superadas com o auxílio adequado de educadores e responsáveis.

"O primeiro passo é entender que essa transição requer paciência. É preciso reintroduzir os estudantes ao ambiente escolar de forma gradual, ajudando-os a ajustar seus ritmos pessoais ao cotidiano da escola", explica a pedagoga.

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Isso envolve, entre outros aspectos, o estabelecimento de uma rotina estruturada, que considere o tempo necessário para descanso, estudo e lazer.

A importância de estratégias pedagógicas lúdicas e desafiadoras

Para tornar o processo de retomada dos estudos mais leve e envolvente, especialistas recomendam o uso de estratégias pedagógicas que aliam aprendizado e entretenimento. Atividades que utilizam a tecnologia de forma significativa e intencional podem ser ferramentas eficazes para motivar os alunos neste período.

"Utilizar a tecnologia apenas para introduzir o estudante ao universo digital não basta", destaca Mayana Teixeira. "É necessário que essas ferramentas tenham uma função pedagógica clara, que envolva e engaje os estudantes".

Isso pode incluir o uso de aplicativos educacionais, jogos interativos e recursos audiovisuais que estimulam o aprendizado de forma mais dinâmica.

Além disso, atividades que desafiem intelectualmente os alunos também desempenham um papel fundamental no estímulo ao retorno aos estudos. Quando os estudantes são apresentados a tarefas que os instigam e lhes permitem sentir-se capazes de superar desafios, o processo de readaptação se torna mais produtivo.

"A ideia é promover um aprendizado significativo, que desperte a curiosidade e o desejo de aprender. O aluno deve sentir que está evoluindo e que o esforço vale a pena", comenta a assessora pedagógica.

Esse tipo de abordagem contribui não só para o desempenho acadêmico, mas também para o desenvolvimento socioemocional das crianças.

Família e escola: a parceria necessária para uma transição tranquila

Para que o retorno às aulas seja bem-sucedido, é fundamental que haja uma parceria entre a família e a escola. O suporte emocional e prático dos pais e responsáveis desempenha um papel crucial no processo de adaptação dos estudantes. É importante que a escola e a família trabalhem juntas para criar um ambiente acolhedor, que incentive o aluno a se sentir seguro e motivado para enfrentar os desafios do novo semestre.

De acordo com Mayana Teixeira, "a família tem um papel essencial nesse momento de retorno, ajudando a criança e o adolescente a entenderem esse processo como algo natural e até mesmo divertido".

Destacar aspectos positivos da volta às aulas, como o reencontro com os amigos e a oportunidade de aprender coisas novas, pode tornar a transição mais suave.

Outro ponto relevante é a compreensão de que todo recomeço pode causar desconforto e medo.

"Ao abordar essa questão de forma aberta, é possível ajudar o estudante a se sentir mais seguro e amparado. A escola deve estar preparada para acolher e apoiar o aluno, inclusive oferecendo oportunidades de reforço para aqueles que tiveram dificuldades no primeiro semestre", afirma Mayana.

Ao final, o objetivo é transformar as inseguranças em motivação para o crescimento pessoal e acadêmico.

"Quando o aluno percebe que pode contar com o apoio de sua rede de sustentação — seja em casa ou na escola —, ele se sente mais preparado para superar os desafios", conclui a especialista.

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