Sexta, 04 de Outubro de 2024
Saúde Bem-estar emocional

Saúde mental nas escolas: cinco dicas para abordar o tema com crianças no Setembro Amarelo

Ações educativas podem promover um futuro mais saudável e emocionalmente consciente para as novas gerações

17/09/2024 às 08h00
Por: Lorena Brum
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Quando as crianças se sentem emocionalmente seguras, o aprendizado se torna mais eficaz, e o convívio social, mais harmonioso. Imagem: Freepik
Quando as crianças se sentem emocionalmente seguras, o aprendizado se torna mais eficaz, e o convívio social, mais harmonioso. Imagem: Freepik

 

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Durante o Setembro Amarelo, a tradicional campanha de conscientização sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, ganha uma relevância especial dentro das escolas. O papel dos educadores em iniciar diálogos sobre bem-estar emocional desde a infância é fundamental para ajudar os jovens a desenvolverem uma mentalidade saudável e consciente, ao lado dos pais, que reforçam o processo em casa.

Com o objetivo de fortalecer a abordagem do tema, a coordenadora do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, Juliana Ferraz, compartilhou cinco dicas essenciais para que educadores e responsáveis possam falar sobre saúde mental com as crianças de maneira eficaz e cuidadosa. A ideia é construir uma base sólida para que os alunos aprendam a identificar e lidar com suas emoções, contribuindo para um futuro mais equilibrado.

1- O ambiente escolar como espaço de acolhimento

A primeira dica trazida por Juliana Ferraz é sobre a importância de criar um ambiente seguro e acolhedor para que os alunos sintam-se confortáveis em expressar seus sentimentos. Esse clima de confiança é a base para qualquer discussão sobre saúde mental.

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“É muito importante que os alunos se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e pensamentos, sem medo de ser julgados ou reprimidos. Demonstre empatia e esteja sempre disponível para ouvir, reforçando que todas as emoções são válidas”, destaca a coordenadora.

Um ambiente de acolhimento vai além da sala de aula e deve envolver também a família, que pode ajudar a manter o diálogo aberto em casa, permitindo que as crianças desenvolvam sua inteligência emocional.

2 - Linguagem adequada à idade é fundamental

Outro aspecto crucial é adaptar a linguagem ao nível de compreensão dos alunos, especialmente quando se trata de crianças mais novas. Juliana Ferraz alerta sobre a importância de usar uma comunicação simples e acessível, para evitar confusão ou mal-entendidos.

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Ao conversar com crianças, é fundamental adaptar a linguagem à idade delas, evitando termos técnicos ou complexos que possam gerar confusão. O ideal é utilizar exemplos do cotidiano para explicar emoções ou situações, tornando o assunto mais acessível e compreensível”, sugere Juliana.

Essa prática de adaptar a linguagem também favorece a aproximação do educador com os alunos, tornando o tema da saúde mental menos abstrato e mais próximo da realidade das crianças.

3 - Nomear as emoções ajuda no autoconhecimento

Nomear e entender as emoções é um dos primeiros passos para que as crianças possam lidar com seus sentimentos de maneira saudável. Ensinar sobre as diferentes emoções de forma lúdica pode facilitar esse processo.

Utilize livros, jogos e atividades lúdicas que estimulem o autoconhecimento emocional. Ensinar as crianças a identificar o que sentem é um passo importante para que elas possam lidar com suas emoções de forma saudável”, afirma Juliana Ferraz.

Essa abordagem auxilia os alunos a reconhecer e nomear o que estão sentindo, sejam essas emoções positivas ou negativas, facilitando o diálogo e a busca por ajuda quando necessário.

4 - Incentivar a expressão de sentimentos fortalece o diálogo

Outro ponto importante para fortalecer o bem-estar emocional dos alunos é incentivá-los a expressar o que estão sentindo. De acordo com Juliana, é essencial que as crianças saibam que compartilhar suas emoções é uma forma saudável de lidar com elas.

Falar o que sente, seja através de palavras, desenhos ou outras formas de expressão, é uma ótima maneira de trabalhar o assunto. É essencial que os alunos saibam que podem compartilhar seus sentimentos e que isso é um sinal de força, não de fraqueza. Crie momentos em que a família possa discutir sentimentos juntos também, promovendo a abertura do diálogo”, pontua a coordenadora.

Essa prática, além de facilitar o entendimento das próprias emoções, reforça o papel da escola e da família como espaços seguros para a comunicação de sentimentos.

5 - Ser um exemplo positivo: professores como modelo

Crianças tendem a se espelhar nos adultos com quem convivem, e na escola, os professores e educadores são grandes influências. A forma como os adultos lidam com seus próprios sentimentos e emoções pode servir de exemplo para os alunos, mostrando a importância de enfrentar os desafios emocionais de maneira saudável.

Mostrar que é normal sentir tristeza, frustração ou ansiedade, e que existem maneiras saudáveis de enfrentar essas emoções, pode inspirar as crianças a fazerem o mesmo”, explica Juliana.

O exemplo positivo dos educadores, que demonstram resiliência e inteligência emocional, ajuda a fortalecer o vínculo com os alunos e ensina, na prática, formas de lidar com as adversidades.

O impacto da saúde mental na educação

Discutir saúde mental com os alunos não só ajuda a prevenir problemas futuros, mas também melhora o ambiente escolar como um todo. Quando as crianças se sentem emocionalmente seguras, o aprendizado se torna mais eficaz, e o convívio social, mais harmonioso.

A campanha Setembro Amarelo, com sua ênfase na prevenção ao suicídio, estende-se para além da conscientização imediata. Ao abordar o bem-estar emocional desde cedo, cria-se um alicerce para que as futuras gerações possam encarar os desafios da vida com mais equilíbrio e resiliência.

O Setembro Amarelo é um momento para refletirmos sobre a importância do cuidado com a saúde mental, principalmente entre os jovens. Abordar o tema de maneira adequada e constante nas escolas pode fazer uma diferença significativa na vida das novas gerações, promovendo um futuro mais saudável e emocionalmente consciente”, finaliza Juliana Ferraz.

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