Setembro Azul e Verde: A importância de trabalhar a inclusão na educação infantil 

Setembro é um mês de conscientização e celebração para a comunidade surda e para as pessoas com deficiência, marcado pelo “Setembro Azul” e o “Setembro Verde”. O Setembro Azul destaca a valorização da cultura surda portanto, este mês, representa as conquistas, realizações e a história de uma comunidade que durante muitos anos, vem lutando contra os preconceitos e barreiras linguísticas de comunicação, enquanto o Setembro Verde destaca inclusão das pessoas com deficiência (PCD) em todos os aspectos da vida social rompendo paradigmas e estereótipos impostos pela sociedade. O mês é uma excelente oportunidade para que educadores trabalhem temas de inclusão com crianças do ensino infantil, promovendo o respeito à diversidade desde cedo.

Por que Trabalhar o Setembro Azul e Verde na Educação Infantil?

Trabalhar o Setembro Azul e Verde na educação infantil é uma forma de sensibilizar as crianças sobre a importância da inclusão e da empatia com as diferenças. Nesta fase, as crianças estão em pleno desenvolvimento de suas habilidades sociais e emocionais, sendo essencial que aprendam a conviver com a diversidade de forma natural e respeitosa. Há de se destacar também que é nesta fase que as crianças possuem mais facilidade para ter contato com uma nova língua, uma vez que na primeira infância, o cérebro é capaz de processar múltiplos sistemas linguísticos ao mesmo tempo, o que facilita o aprendizado simultâneo de uma língua falada e de uma língua de sinais.  Neste sentido, crianças ouvintes podem já aprender LIBRAS sem que ocorra confusão entre os sistemas linguísticos, pois o cérebro infantil distingue claramente as diferentes modalidades de comunicação, oral, auditiva e viso espacial.

Estas crianças poderão contribuir com a inclusão de educandos surdos pois já tem empatia conhecimento e respeito a diversidade linguística

A introdução de temas inclusivos na educação infantil é o início para a formação de uma geração mais consciente e empática, que vê a deficiência não como uma limitação, mas como uma característica que faz parte da diversidade humana. 

Existem estratégias fáceis de serem aplicadas no cotidiano escolar do ensino infantil desde que devidamente inseridas na programação escolar pelo educador e coordenador pedagógico A seguir, algumas sugestões de atividades práticas para abordar esse mês  em salas de aula inclusivas com crianças, ouvintes , surdas e  em condição de deficiência.

1. Contação de Histórias Inclusivas

Uma forma lúdica e eficaz de abordar o Setembro Azul e Verde é por meio da contação de histórias que valorizem a inclusão. Escolher livros e contos de acordo com a faixa etária da classe, que tenham personagens com deficiência, surdos ou que utilizem Libras. Durante a leitura,  fazer  adaptações para incluir todas as crianças, como mostrar ilustrações para alunos surdos ou descrever detalhadamente as imagens para alunos com deficiência visual.

Dicas para a atividade:

• Utilize intérpretes de Libras ou faça os sinais durante a contação para envolver crianças surdas.
• Para crianças cegas, explorar a descrição verbal das imagens, utilizar recursos táteis, sensoriais, como sons e texturas, ou utilizar livros em braille se disponível.
• Encorajar a participação de todas as crianças na história, fazendo perguntas, atuando como personagens recontado a história desenhando ou repetindo alguns sinais da Libras, cada um dentro de suas possibilidades

2. Roda de Conversa sobre Diferenças e Semelhanças

Promover uma roda de conversa simples e acessível, onde as crianças possam compartilhar suas percepções sobre o que é ser diferente e o que significa incluir todos. Utilizar bonecos, fantoches ou ilustrações que representem pessoas surdas e com deficiência. Incentive as crianças a falarem sobre como podemos ajudar uns aos outros no dia a dia.

Dicas para a atividade:

• Utilizar  imagens ou vídeos que mostrem crianças utilizando Libras,  crianças em cadeira de rodas, crianças utilizando libras tátil, comunicação alternativa ou outras formas de adaptação.
• Explicar de maneira lúdica e simples  o que é Libras e como ela é uma língua tão importante quanto o português.
• Reforce que todos temos diferenças, mas também muitas semelhanças, e que isso nos torna únicos e especiais.

3. Atividades de Arte Inclusiva

A arte é uma poderosa ferramenta de expressão e inclusão. Propor atividades de pintura, colagem ou modelagem de argila, onde todas as crianças possam participar. Incentivar a criação de murais coletivos que celebrem o Setembro Azul e Verde, com temas que representem a inclusão e a diversidade.

4. Jogos e Brincadeiras Adaptadas

Adaptar jogos e brincadeiras para incluir todas as crianças é uma excelente forma de ensinar sobre cooperação e respeito às singularidades individuais. Jogos como caça ao tesouro com pistas em Libras para crianças ouvintes e surdas , ou circuitos sensoriais para crianças com deficiência visual, podem tornar o aprendizado divertido e acessível a todas enquanto crianças sem condição de deficiência podem vivenciar  as brincadeiras de forma diferente.

Dicas para a atividade:

• Utilizar jogos de memória tátil.
• Criar estações de jogo que desafiem as crianças a cooperarem, como guiar um amigo com os olhos vendados ou comunicar-se apenas usando gestos .
• Destacar a importância de trabalhar em equipe e de ajudar o colega quando necessário.

5. Músicas e Danças Inclusivas

Músicas e danças são atividades que engajam as crianças e podem ser adaptadas para inclusão. Para crianças surdas, utilizar músicas com ritmos marcantes que possam ser percebidos pela vibração ou explorar danças que utilizem movimentos visuais e expressivos. Ensine músicas infantis em Libras, mostrando como a música pode ser sentida de várias formas.

Considerações Finais

Ao levar essas práticas para o cotidiano escolar, educadores contribuem para a construção de uma sociedade mais inclusiva, desenvolvendo diferentes habilidades sensoriais emocionais e cognitivas em todas as crianças, independentemente de suas características, estas possam aprender, brincar e se   desenvolverem em união e empatia umas com as outras.

Viva o Setembro Azul!

Viva o Setembro Verde!

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*Texto escrito por Keyla Ferrari, colunista do Portal Primeira Educação*

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